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Umbanda Omoloko
Umbanda Omoloko

OMOLOKO

 

 O Omoloko é originário do Rio de Janeiro, que também serviu de berço para o surgimento da Umbanda, conforme relatam alguns estudiosos. .  

Nação de Lunda-Quiôco

 

Omolokô para nós, é como uma grande árvore frutífera.

 

Começando pela sua raiz encontramos várias ramas, cada uma num formato e espessura diferente, porém, com um único objetivo, alimentar e fortalecer esta árvore.

 

Depois temos o caule que também não costuma ser uniforme, porém, sempre forte para sustentar suas ramificações. E finalmente, temos os galhos e folhas que também se diferenciam, mas dando o mesmo fruto.

 

Podemos ter frutos levemente diferentes uns dos outros, mas sempre os mesmos frutos, com os mesmos sabores e nutrientes. Os frutos que por ventura apodrecem acabam caindo desta árvore porque não se sustentam.

 

Assim vemos o Omolokô, ao sentirmos a fome do espírito chegamos a esta árvore e escolhemos a fruta que mais nos saciam a alma, agrada aos olhos e aí os pegamos para suprir as nossas necessidades.
O Omolokô, ao qual costumo me referir, em nada representa como sendo o mais correto, o mais coerente, o mais consistente e sim aonde caminhamos e aprendemos juntos à humildade e sabedoria das entidades, no Omolokô onde os valores mais importantes são os ensinamentos vivificados através das atitudes, das palavras, das ações e do dia a dia pelos mentores que nos estão acompanhando e zelando pelo nosso crescimento.

 

Na minha visão o Omolokô está caracterizado, na simplicidade das entidades com suas personalidades marcantes, aonde se utilizam de uma roupagem fluídica, como um escravo, um índio, um vaqueiro, um malandro, uma criança, enfim, um ser que se equivale a nós, se aproxima do nosso modo de viver para que possamos tê-las como um amigo, um companheiro até mesmo um irmão aonde possamos depositar nossos anseios, medos, frustrações, dúvidas, em troca de conselhos e até mesmo um simples ombro para repousarmos.

 

O Omolokô que seguimos, é na verdade uma forma de manifestação de origem na “Nação Omolokô” com influências do Nagô devido a miscigenação de negros vindos para o Brasil de diversas regiões e modelos culturais de diversas regiões da África.

 

O Omolokô em aspecto geral se caracteriza pela aceitação de entidades espirituais que por outras “Nações” são consideradas eguns (espíritos ancestrais), mas não pretendo entrar neste mérito, pois fugiria do assunto básico que pretendo abordar.

 

Este seguimento doutrinário entende tanto a manutenção espiritual como a corporal, aonde a saúde é vista em igual importância em todos os nossos órgãos.

 

Neste raciocínio separamos os tratamentos em igual importância dos orixás, entidades, axés, etc.

 

Para muitos somos uma Umbanda desfigurada, cruzada, misturada, o que não é uma verdade. São fundamentos que caminham paralelamente interligados, alinhados e que proporcionam uma gama maior de ferramentas para manutenção de nosso corpo mediúnico.

 

No nosso axé damos equivalência à complexidade dos fundamentos dos orixás com a simplicidade dos ensinamentos das entidades espirituais.

 

Nossa dedicação ao aprendizado se divide nos conhecimentos dos orixás e suas influências e nos exemplos de trabalhos realizados pelos mentores, que são passados no dia a dia, na dedicação constante, e nas tarefas dentro da espiritualidade.

 

Entendemos que estudos buscados em livros são de fundamental importância para o médium, porém controlados para que se iniciem a partir do momento em que o iniciante já tenha uma noção maior dos caminhos do Omolokô, adquiridos na casa que o abriga.
Isso se preconiza devido ao grande número de ramificações existentes nesta grande árvore.

 

O iniciante que começa sua busca através dos livros, a nosso ver, terá grandes dificuldades para se encontrar dentro da espiritualidade por não ter ao seu alcance a condição de aprimorar a visão do invisível, no que está além dos olhos que somente encontra-se na rotina dos Terreiros.

 

 texto da Tenda de Ogum e Xangô




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